Publicado no Caderno Opinião do DN em 15 de novembro de 2009
IDÉIAS
O futuro de uma disciplina é incerto. Isso também diz respeito à Psicologia. Certo é apenas que a todos os psicólogos interessa saber o porvir de sua disciplina, que há muito tempo vem sendo considerada a “ciência do futuro”. Os perigos que a humanidade enfrenta nesse século são objeto de estudo da psicologia e demandam mais cientificidade dessa ciência e uma maior ênfase em sua relevância social. Os problemas humanos são internacionais mas a Psicologia, nos moldes em que a conhecemos, limitou-se a crescer no Ocidente. Desconhecemos ou damos pouca importância ao que se faz nessa área noutras regiões do planeta. Apesar da grande contribuição de nomes oriundos de países como a Rússia, a antiga Alemanha Oriental, a República Tcheca ou a Hungria, pouco nos remete a essas regiões, quando se fala da Psicologia de hoje. Visando contribuir para mudanças de paradigma e buscando uma efetiva aproximação dos psicólogos, a Associação de Psicologia da Bulgária realizou o Congresso Internacional de Psicologia do Leste Europeu na cidade de Sofia neste mes de novembro de 2009. Na ocasião se testemunhou uma ampla produção científica em Psicologia no âmbito de países que formam o bloco de novos integrantes da União Europeia. O Congresso teve como objetivo principal apresentar um retrato da atualidade psicológica, das necessidades e das conquistas na região além do espírito de colaboração dos profissionais do leste europeu para com seus pares ao redor do mundo. Tudo isso com o claro intuito de superar um isolamento acadêmico histórico e indesejável, que já não faz mais sentido na atualidade. Psicólogos representantes das mais diversas nações se encontraram na Universidade de Sofia para compartilhar seus conhecimentos acadêmicos e profissionais e buscar novas formas de interação, antes não imaginadas por aqueles povos do Leste. Tendo em vista a farta produção científica em jogo, observou-se que a Psicologia da Europa Oriental continua sem receber, no Ocidente, a merecida consideração. Concluiu-se na ocasião, que o desenvolvimento da psicologia acadêmica e profissional na Europa e no mundo deve seguir sua característica de diversidade, mas não poderá continuar ignorando ideias e conhecimentos desenvolvidos pelos colegas psicólogos do Leste europeu.
ANTONIO CAUBI RIBEIRO TUPINAMBÁ - Psicólogo
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