Prof. Antonio Caubi Ribeiro Tupinambá
E-mail: tupinamb@ufc.br
A SAGA COPTA
Os coptas são povos originários do Egito
de um tempo anterior à invasão árabe/muçulmana em torno de 641. A
conversão dos egípcios ao cristianismo já no século I fez com que a
invasão do Islã no século VII encontrasse um Egito completamente
cristianizado. Daí a palavra copta significar a própria nacionalidade
local, ou seja, “egípcio”, pois naquela altura “ser egípcio era ser
cristão”, não sendo feita uma diferença entre os termos.
É exatamente no referido século VII o
momento em que começa a saga do povo copta, perdurando por catorze
séculos, isto é, até os dias atuais. Vivendo sob o domínio dos
muçulmanos, os coptas vêm sendo lenta e progressivamente dizimados,
juntamente com outras religiões e culturas outrora predominantes nessas
terras tornadas “árabes”.
Assim como a palavra “judeu” representa
um povo e uma religião, o termo “copta” representa uma parte do povo
egípcio e sua religião cristã. O extermínio de culturas e religiões
antes predominantes nessas terras hoje “islâmicas” tem apenas um de seus
exemplos nos cristãos do Egito. De maioria absoluta, os coptas
correspondem a apenas 12% da população local atual, ainda que
representem a maior minoria cristã em todo o Oriente Médio. Uma minoria
de 10 milhões que perde fôlego por conta da perseguição que sofre há
séculos e recrudesceu após a queda da ditadura Kadafi em 2011. Mesmo nos
dias de hoje se identificam estratégias de inspiração fundamentalista
que buscam aniquilar religiões e culturas antes predominantes nesses
territórios invadidos e dominados. Os coptas do Egito não são, portanto,
o único exemplo de grupos que sofrem com esse tipo de perseguição. Essa
prática se espalha por vários países africanos e atinge outras
minorias, como se testemunha na Nigéria, onde o grupo terrorista Boko
Haram tem travado vários ataques contra os cristãos; ou ainda no Sudão,
onde a sharia (lei islâmica) é fonte de inspiração constitucional, o que
permite perseguições a pessoas e a grupos de outras religiões.
Não bastasse serem perseguidos em sua
pátria, os coptas viraram alvo do grupo terrorista Estado Islâmico (EI),
que sequestrou e decapitou no início de janeiro de 2015, 21 de seus
trabalhadores na Líbia, apenas por conta de sua origem e confissão
religiosa. Os coptas decapitados haviam sido sequestrados entre dezembro
de 2014 e janeiro de 2015 na cidade líbia de Sirte, que ora se encontra
em controle dos jihadistas. Tratava-se de pessoas que faziam parte de
um grupo de milhares de emigrantes egípcios que buscavam trabalho no
país vizinho.
É hora de mostrarmos ao mundo a
indignação com mais essa barbárie de terroristas do Estado Islâmico,
dizendo que “somos todos coptas”.
A SAGA COPTA
Os coptas são povos originários do Egito
de um tempo anterior à invasão árabe/muçulmana em torno de 641. A
conversão dos egípcios ao cristianismo já no século I fez com que a
invasão do Islã no século VII encontrasse um Egito completamente
cristianizado. Daí a palavra copta significar a própria nacionalidade
local, ou seja, “egípcio”, pois naquela altura “ser egípcio era ser
cristão”, não sendo feita uma diferença entre os termos.
É exatamente no referido século VII o
momento em que começa a saga do povo copta, perdurando por catorze
séculos, isto é, até os dias atuais. Vivendo sob o domínio dos
muçulmanos, os coptas vêm sendo lenta e progressivamente dizimados,
juntamente com outras religiões e culturas outrora predominantes nessas
terras tornadas “árabes”.
Assim como a palavra “judeu” representa
um povo e uma religião, o termo “copta” representa uma parte do povo
egípcio e sua religião cristã. O extermínio de culturas e religiões
antes predominantes nessas terras hoje “islâmicas” tem apenas um de seus
exemplos nos cristãos do Egito. De maioria absoluta, os coptas
correspondem a apenas 12% da população local atual, ainda que
representem a maior minoria cristã em todo o Oriente Médio. Uma minoria
de 10 milhões que perde fôlego por conta da perseguição que sofre há
séculos e recrudesceu após a queda da ditadura Kadafi em 2011. Mesmo nos
dias de hoje se identificam estratégias de inspiração fundamentalista
que buscam aniquilar religiões e culturas antes predominantes nesses
territórios invadidos e dominados. Os coptas do Egito não são, portanto,
o único exemplo de grupos que sofrem com esse tipo de perseguição. Essa
prática se espalha por vários países africanos e atinge outras
minorias, como se testemunha na Nigéria, onde o grupo terrorista Boko
Haram tem travado vários ataques contra os cristãos; ou ainda no Sudão,
onde a sharia (lei islâmica) é fonte de inspiração constitucional, o que
permite perseguições a pessoas e a grupos de outras religiões.
Não bastasse serem perseguidos em sua
pátria, os coptas viraram alvo do grupo terrorista Estado Islâmico (EI),
que sequestrou e decapitou no início de janeiro de 2015, 21 de seus
trabalhadores na Líbia, apenas por conta de sua origem e confissão
religiosa. Os coptas decapitados haviam sido sequestrados entre dezembro
de 2014 e janeiro de 2015 na cidade líbia de Sirte, que ora se encontra
em controle dos jihadistas. Tratava-se de pessoas que faziam parte de
um grupo de milhares de emigrantes egípcios que buscavam trabalho no
país vizinho.
É hora de mostrarmos ao mundo a
indignação com mais essa barbárie de terroristas do Estado Islâmico,
dizendo que “somos todos coptas”.
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