POLIS

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O projeto nasce com foco no comportamento político nas sociedades contemporâneas e nos efeitos dos movimentos sociais e políticos atuais sobre as liberdades e processos emancipatórios, bem como seus impedimentos em escala local, nacional e global. Tem por objetivos o desenvolvimento de um campo interdisciplinar de reflexão e prática investigativa e divulgadora, reunindo debates em torno de questões como: preconceito, racismo, sexismo, xenofobia, movimentos sociais, violência coletiva social, relações de poder, movimentos emancipatórios de povos e nações, valores democráticos e autoritarismos, laicidade, análises de discursos e ideologias, de universos simbólicos e práticas institucionais. Nessa perspectiva, o Polis atua desde sua criação formal em 2013, como projeto de extensão e em 2015 como Blog para divulgação e atualização.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ILHAS MALVINAS

Foto retirada da internet

As "Falkland Islands", conhecidas pelos sul-americanos como as Ilhas Malvinas, reacendem as tensões entre britânicos e argentinos no momento em que ocorre uma série de cerimônias e discursos inflamados para marcar o 30º aniversário do início da Guerra das Malvinas. Essa guerra teve o protagonismo dos dois países que disputam o domínio das ilhas de localização remota para os britânicos (a 12.800km de seu território) e próxima para os argentinos (a cerca de 500 quilômetros dasua costa). Ao todo, 255 soldados britânicos e 650 argentinos morreram no conflito, que começou com uma invasão argentina das ilhas no dia 2 de abril de 1982. No momento, acirra-se a polêmica sobre quem tem direito ao controle do arquipélago na ocasião desse 30º ano do episódio bélico que culminou com a vitória da Grã-Bretanha - e também não só com a derrota argentina, mas com a consequente queda do seu presidente militar Leopoldo Galtieri acusado, naquela altura, de incompetência à frente do evento. A questão atual mais em voga pode ser a dos interesses britânicos na exploração de petróleo naquela região, o que para o governo argentino violaria não apenas os direitos territoriais do país, mas também iria contra resoluções da ONU. Na disputa pelo território há acusações bilaterais sobre boicotes à população local por meio de bloqueios de suas embarcações em portos argentinos e sobre a militarização do Atlântico Sul pela marinha britânica. Mesmo que as ambições comerciais com o petróleo local não estivessem presentes nessa disputa territorial, descobertas recentes de grandes reservas de petróleo próximas às Ilhas justificariam o interesse atual dos dois países pelo controle do arquipélago, sendo, portanto, sua motivação principais. O "ouro negro" abundante poderá logo se sobrepor aos ideais nacionalistas que existiam nas raízes das disputas. Talvez com isso pouco se escute falar, daqui pra frente, de ovelhas, pinguins e baleias e da necessidade de preservação ecológica da região, que os britânicos acreditavam poder fazer melhor. Do mesmo modo, os cerca de três mil "kelpers", habitantes locais, também conhecidos como malvinenses ou malvinos, serão, provavelmente, mais utilizados do que protegidos nesse imbróglio político.




ANTONIO CAUBI TUPINAMBÁ
Artigo publicado originalmente no Caderno Opinião do Jornal Diário do Nordeste em 26 de abril de 2015. 
Professor da UFC
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/opiniao/artigos-1.1277114

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