POLIS

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O projeto nasce com foco no comportamento político nas sociedades contemporâneas e nos efeitos dos movimentos sociais e políticos atuais sobre as liberdades e processos emancipatórios, bem como seus impedimentos em escala local, nacional e global. Tem por objetivos o desenvolvimento de um campo interdisciplinar de reflexão e prática investigativa e divulgadora, reunindo debates em torno de questões como: preconceito, racismo, sexismo, xenofobia, movimentos sociais, violência coletiva social, relações de poder, movimentos emancipatórios de povos e nações, valores democráticos e autoritarismos, laicidade, análises de discursos e ideologias, de universos simbólicos e práticas institucionais. Nessa perspectiva, o Polis atua desde sua criação formal em 2013, como projeto de extensão e em 2015 como Blog para divulgação e atualização.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ESTADO E LAICISMO


                              Francesco_Ammendola (fotospublicas.com)

Publicado no Caderno Opinião do jornal Diário do Nordeste em 25 de março de 2008.


O sábio Natan questiona se por acaso não somos homens, antes de judeus, muçulmanos ou cristãos. Tal pode se traduzir em um clamor social pela separação das forças públicas e religiosas para a viabilização de qualquer Estado moderno. Segundo Pierre Bayle, um bom cidadão ou um bom governante não tem que ser cristão nem adotar a expressão pública das crenças religiosas.O ateu pode ter um comportamento ético-social superior à prática de muitos crentes. A utilização política das religiões tem sido, historicamente, fonte de violência, fanatismo e guerra. Há um elemento constitutivo das religiões monoteístas que torna difícil o respeito e a tolerância às demais religiões e crenças. Estados, nos quais pensamentos religiosos ou valores escolhidos buscam o domínio do ideário e da existência de todos, pressupõem a prática de atos de base moral personalista em detrimento daqueles oriundos de princípios democráticos. Observam-se na busca da verdade, do bem viver e na defesa da justiça, da liberdade e dos direitos humanos, idiossincrasias de sociedades desenvolvidas e laicas. Mas tal privilégio não deve ficar circunscrito a poucas nações, pois diferentes povos têm, igualmente, lutado por liberdade e justiça. Parte dessa luta se define como a busca da consolidação de Estados laicos que atualizem as demandas de seus cidadãos.A utilização política das religiões tem sido historicamente fonte de violência, fanatismo e guerra. No fundo, há um elemento constitutivo de todas as religiões monoteístas que torna difícil o respeito e a tolerância das demais religiões e crenças. Se cada religião monoteísta, cada religião do Livro (cristianismo, islamismo e judaísmo) se apresenta como a única possuidora da Verdade em questões morais e de formas de vida, é impossível que não surjam conflitos entre elas.Por tudo isso, a laicidade e o laicismo podem se apresentar no mundo atual como uma ponte de diálogo entre as culturas e as religiões, já que promovem a tolerância das diferentes culturas e o respeito a todos os estilos de vida desde que não atentem contra os direitos humanos.


ANTONIO CAUBI RIBEIRO TUPINAMBÁPsicólogo e Professor

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