Foto retirada da internet
Há mais em comum entre
fundamentalismo religioso, terrorismo, fascismo, regimes ditatoriais
e outros movimentos políticos totalitários do que se imagina. Todos
querem representar um ser supremo, iludir seguidores e realizar
planos paranoicos e narcísicos. Nazistas com a pseudoestética da
perfeição racial e eugenia; fundamentalistas religiosos e a
promessa de um mundo perfeito, sem conflitos, coeso, feliz aqui e
alhures, geralmente no além; ditadores com supercontrole sobre vidas
alheias, em busca da hipernormalidade, da supremacia financeira e do
poder, que termina concentrado em seus iguais. Todos prometem o que
não existe e o que não podem oferecer. Aproveitam-se da
vulnerabilidade humana, mal-estar social e surgem como salvadores,
enganam e fazem o inominável para perpetrar atos extremos que
confundem e causam perplexidade. Há um show de horrores e de
desrespeito inerente a qualquer opção desses agentes do terror para
implementar projetos diabólicos. Não está em livros sagrados o que
dizem retirar para seus gritos de guerra, nenhuma letra autoriza ou
legitima o que fazem. Há, sim, em suas psicopatias e maldades o
lastro para as interpretações e justificativas descabidas de atos
extremistas e destruidores. O Estado Islâmico e seus similares
emergem das profundezas das frustrações, invejas e ganâncias. Não
se pode negociar com psicopatas fundamentalistas, pois eles não
compartilham o mundo da razão, devem ser apenas combatidos. Somente
uma firme ação de líderes legitimados para encontrar os meios de
eliminar esse cenário destruidor. Os últimos atentados em Paris,
que mataram mais de 120 pessoas; a decapitação de um
jornalista americano; a morte de 19 pessoas em um hotel no Mali, para
citar poucos eventos macabros que, mais uma vez, põem o mundo no
foco do terrorismo fundamentalista; conflito e mortes na conta de
radicais da Al Qaeda e do intitulado ISIS, ou Estado Islâmico, grupo
autoproclamado califado na Síria e em solo iraquiano. Na raiz
de tudo a invasão do Iraque por um líder insano e seus seguidores
irresponsáveis. Noah Chomsky já afirmava que nessa invasão do
Iraque pelos Estados Unidos, com o apoio de seus aliados, foi
plantada a semente do terrorismo cujos efeitos conhecemos hoje. De
acordo com o cientista político, “a própria CIA reconhece que o
Estado Islâmico é resultado da invasão estadunidense do Iraque: ‘o
pior crime do milênio’ praticado pelos EUA. Centenas de milhares
de pessoas foram mortas, torturadas, o país destruído, 4 milhões
de pessoas deslocadas e 2 milhões de refugiados, sob os olhos de
todo o mundo sem qualquer reação para proteger as vítimas do
Iraque”.1
No quadro de desolação atual, as saídas desse imbróglio são
escassas. Por mais que o governo estadunidense rejeite a ideia, uma
opção viável para combater o ISIS seria, pasmem, a união de
Assad, Irã e Rússia na região, sob a batuta do terceiro. Algo já
vem se delineando nessa direção, a despeito da rejeição do
governo dos Estados Unidos a qualquer plano e negociação de combate
ao ISIS que inclua o presidente sírio. Não há muitas opções. A
sorte está lançada.
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