No
caso da “nação" corsa, os motivos para o movimento
separatista é muito mais uma questão de natureza cultural do que
econômica. Há por exemplo, a atitude governamental com relação ao
idioma local que irrita os políticos e a população envolvida na
questão independentista ou autonomista. O idioma corsa sequer é
ensinado nas escolas e se encontra entre aqueles que correm o risco
de serem extintos. Há dois movimentos locais que buscam mudanças
específicas quanto ao status político da Córsega, que também se
diferenciam em relação ao que apregoam acerca de métodos de luta.
Já há quase sete anos, quando eleições regionais ocorreram na França, a Córsega parecia querer se apresentar como mais uma “nação" oprimida na Europa. Nessa altura, o independentismo, que foi se reafirmando com sua denominação "Córsega livre”, conseguiu quatro deputados e 9, 85% dos votos.
O
primeiro deles, autonomista, é representado pelo U Partitu di a
Nazione Corsa (Partido da Nação Corsa, PNC), que defende uma maior
autonomia regional. O segundo, Corsica Libre, defende a independência
total da Córsega.
Para
os jovens corsas que se identificam com a causa da independência do
seu “país”, as iminentes eleições para a presidência da
França, levando-se em conta os dias que a antecederam, não
significava muito. Esses jovens nacionalistas apresentavam muito mais
uma profunda indiferença às
eleições
presidenciais, pois para eles, tratava-se de um acontecimento
distante, em um país distante, alheio a seus destinos locais.
Já há quase sete anos, quando eleições regionais ocorreram na França, a Córsega parecia querer se apresentar como mais uma “nação" oprimida na Europa. Nessa altura, o independentismo, que foi se reafirmando com sua denominação "Córsega livre”, conseguiu quatro deputados e 9, 85% dos votos.
Placas
bilingues (Francês e Corsa) com os letreiros em francês pixados.
Para
os que fazem parte deste grupo de simpatizantes e favoráveis à
viabilização de sua independência da França, a vida, nos seus
diversos formatos, corre em uma ilha nação sem Estado. Uma ilha sob
domínio francês desde o século XVIII, à
revelia do movimento existencial e identidade de sua população, que
continua sendo apresentada por seus representantes oficiais como uma
região-balneário anexa à
França, destino para o turismo continental.
A
voz de Paul Salort, presidente da principal associação de
estudantes da universidade local resume uma indiferença generalizada
entre os jovens que se intitulam nacionalistas e simpatizantes, na
Córsega. Segundo o estudante, o ceticismo sobre o papel do próximo
presidente na questão corsa está por trás dessa indiferença e da
promessa de muitos em anular o voto ou sequer comparecer às
urnas. Não por menos, os resultados das eleições deste último
domingo, dia 7 de maio de 2017, refletiram tanta indiferença na
ilha, com uma clara divisão nos seus resultados:
os dois candidatos que chegaram ao segundo turno, Emmanuel Macron e
Marine Le Pen em um quasi
ex-aequo,
ao lado de uma abstenção que beirou os 36% obtiveram,
respectivamente, 67.241 (51,48%) e 63.378 (48,52%).
U POPULU CORSU ESISTE: O
povo corsa existe (em língua corsa). Frase proferida pelo Ministro
Jena-Michel Baylet
em 2016
durante sua visita a
Ponte Novu: "Há
um
povo da Córsega…,
eu não tenho nenhum problema em afirmar isso” e posteriormente
pelo próprio presidente François Hollande ("peuple
Corse”)
durante sua fala na Assembléia da Córsega em 2 de março de 2017.
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