POLIS

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O projeto nasce com foco no comportamento político nas sociedades contemporâneas e nos efeitos dos movimentos sociais e políticos atuais sobre as liberdades e processos emancipatórios, bem como seus impedimentos em escala local, nacional e global. Tem por objetivos o desenvolvimento de um campo interdisciplinar de reflexão e prática investigativa e divulgadora, reunindo debates em torno de questões como: preconceito, racismo, sexismo, xenofobia, movimentos sociais, violência coletiva social, relações de poder, movimentos emancipatórios de povos e nações, valores democráticos e autoritarismos, laicidade, análises de discursos e ideologias, de universos simbólicos e práticas institucionais. Nessa perspectiva, o Polis atua desde sua criação formal em 2013, como projeto de extensão e em 2015 como Blog para divulgação e atualização.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

A CONJUNTURA INTERNACIONAL: GLOBALIZAÇÃO E CONSERVADORISMO

- Palestra de abertura das atividades Pólis 2017

Na última quinta-feira (18/05) o Projeto Pólis: Estudos em Psicologia Politica iniciou suas atividades no ano de 2017 com a palestra intitulada "A conjuntura internacional: globalização e conservadorismo", proferida pelo Prof. Dr. Jawdat Abu El-haj, do Departamento de Ciências Sociais - UFC. O evento contou com a participação da Profa. Dra. Adelaide Gonçalves, do Departamento de História - UFC e Prof. Dr. Caubi Tupinambá, coordenador do Pólis - UFC, ambos na função de debatedores.

Na ocasião, ocorreu a I Feira de livros do PLEBEU Gabinete de Leitura, coordenado pela Profa. Dra. Adelaide. A feira ofertou diversas livros a preços populares.

O evento ocorreu das 14:00 as 17:00h, no auditório Raquel de Queiroz, Departamento de Psicologia - UFC. Foi aberto ao público e contou com a participação de diversos acadêmicos e pessoas da comunidade. 

O Projeto agradece a todas(as) que participaram.









quinta-feira, 11 de maio de 2017

U POPULU CORSU ESISTE




Ilha turística que tem o cognome de Ilha da Beleza (Île de Beauté), a Córsega está localizada no Mar Mediterrâneo, sendo considerada uma coletividade territorial, segundo denominação do governo francês. A ilha é mais conhecida por suas belezas naturais e como destino de turistas continentais europeus, principalmente franceses. Historicamente conhecida como o berço de Napoleão Bonaparte foi independente por um breve período de tempo, nomeadamente entre 1755 e 1769, após ter sido parte da República de Gênova. A influência cultural italiana é inegável, inclusive na língua nacional, o idioma corso. Mas nem tudo são flores na ilha de belezas e natureza exuberantes. Com sua imensa extensão em praias de águas azuis, reservas e parques ecológicos, uma história que data de antes do Império Greco-Romano e cidades que ainda preservam sua arquitetura medieval, vive, a exemplo de outras regiões europeias, uma experiência e história de separatismo próprias.
No caso da “nação" corsa, os motivos para o movimento separatista é muito mais uma questão de natureza cultural do que econômica. Há por exemplo, a atitude governamental com relação ao idioma local que irrita os políticos e a população envolvida na questão independentista ou autonomista. O idioma corsa sequer é ensinado nas escolas e se encontra entre aqueles que correm o risco de serem extintos. Há dois movimentos locais que buscam mudanças específicas quanto ao status político da Córsega, que também se diferenciam em relação ao que apregoam acerca de métodos de luta.
O primeiro deles, autonomista, é representado pelo U Partitu di a Nazione Corsa (Partido da Nação Corsa, PNC), que defende uma maior autonomia regional. O segundo, Corsica Libre, defende a independência total da Córsega.
Para os jovens corsas que se identificam com a causa da independência do seu “país”, as iminentes eleições para a presidência da França, levando-se em conta os dias que a antecederam, não significava muito. Esses jovens nacionalistas apresentavam muito mais uma profunda indiferença às eleições presidenciais, pois para eles, tratava-se de um acontecimento distante, em um país distante, alheio a seus destinos locais. 

Já há quase sete anos, quando eleições regionais ocorreram na França, a Córsega parecia querer se apresentar como mais uma “nação" oprimida na Europa. Nessa altura, o independentismo, que foi se reafirmando com sua denominação "Córsega livre”, conseguiu quatro deputados e 9, 85% dos votos.

                            Placas bilingues (Francês e Corsa) com os letreiros em francês pixados.

Para os que fazem parte deste grupo de simpatizantes e favoráveis à viabilização de sua independência da França, a vida, nos seus diversos formatos, corre em uma ilha nação sem Estado. Uma ilha sob domínio francês desde o século XVIII, à revelia do movimento existencial e identidade de sua população, que continua sendo apresentada por seus representantes oficiais como uma região-balneário anexa à França, destino para o turismo continental.

A voz de Paul Salort, presidente da principal associação de estudantes da universidade local resume uma indiferença generalizada entre os jovens que se intitulam nacionalistas e simpatizantes, na Córsega. Segundo o estudante, o ceticismo sobre o papel do próximo presidente na questão corsa está por trás dessa indiferença e da promessa de muitos em anular o voto ou sequer comparecer às urnas. Não por menos, os resultados das eleições deste último domingo, dia 7 de maio de 2017, refletiram tanta indiferença na ilha, com uma clara divisão nos seus resultados: os dois candidatos que chegaram ao segundo turno, Emmanuel Macron e Marine Le Pen em um quasi ex-aequo, ao lado de uma abstenção que beirou os 36% obtiveram, respectivamente, 67.241 (51,48%) e 63.378 (48,52%).

U POPULU CORSU ESISTE: O povo corsa existe (em língua corsa). Frase proferida pelo Ministro Jena-Michel Baylet em 2016 durante sua visita a Ponte Novu: "Há um povo da Córsega…, eu não tenho nenhum problema em afirmar isso” e posteriormente pelo próprio presidente François Hollande ("peuple Corse”) durante sua fala na Assembléia da Córsega em 2 de março de 2017.

terça-feira, 9 de maio de 2017

ELEIÇÕES NA FRANÇA



Emmanuel Macron disputa o segundo turno de eleições na França




Neste domingo a França deve escolher o seu novo presidente. Desde sexta-feira, segundo critérios oficiais, foi encerrada a campanha aberta presidencial. Dois nomes tentam conquistar os eleitores e ,principalmente, o voto de indecisos e daqueles que pretendiam não ir às urnas, uma vez que na França o voto não é obrigatório. De um lado a extrema-direita populista representada por Marine Le Pen e do outro, o candidato de centro-direita Emmanuel Macron. Ambos usaram todas as forças argumentativas para convencer quem é o melhor para a França. No apagar das luzes da campanha  presidencial, hackers tentaram criar uma espécie de Macron-Leaks, para prejudicar o candidato de centro-direita, no entanto, pouco se espera de uma grande mudança ou surpresas nos resultados dessas eleições. Uma virada a favor de Marine Le Pen em função de estratégias obscuras, que por exemplo foram a tônica nas eleições americanas e beneficiaram Trump é improvável. O eleitorado francês, diferentemente do estadunidense, não se deixa convencer facilmente ou mudar de opinião por conta dessas estratégias camufladas, tendo em vista sua formação política e educacional superior a dos colegas americanos. Para Emmanuel Macron isso significa que no domingo, quando sua vitória desejada e esperada o leve a eufóricas comemorações em frente ao Louvre, não possa esquecer que trata-se apenas de uma conquista parcial, reflexo de uma solução encontrada por grande parte dos eleitores para a falta de alternativa. Os “novos eleitores” deliberadamente não querem contribuir com a subida ao posto presidencial da candidata de extrema direita. Desse modo, Macron não assumirá o governo com um cheque em branco em mãos, pois seu programa liberal vai encontrar, desde o início,  grande resistência também dentre muitos dos que colaboraram para a sua vitória.