POLIS

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O projeto nasce com foco no comportamento político nas sociedades contemporâneas e nos efeitos dos movimentos sociais e políticos atuais sobre as liberdades e processos emancipatórios, bem como seus impedimentos em escala local, nacional e global. Tem por objetivos o desenvolvimento de um campo interdisciplinar de reflexão e prática investigativa e divulgadora, reunindo debates em torno de questões como: preconceito, racismo, sexismo, xenofobia, movimentos sociais, violência coletiva social, relações de poder, movimentos emancipatórios de povos e nações, valores democráticos e autoritarismos, laicidade, análises de discursos e ideologias, de universos simbólicos e práticas institucionais. Nessa perspectiva, o Polis atua desde sua criação formal em 2013, como projeto de extensão e em 2015 como Blog para divulgação e atualização.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O dia do Psicólogo é, no Brasil, o 27 de agosto!




Estudei medicina por mais de seis anos e estou em treinamento clínico como psiquiatra e psicoterapeuta há três anos. Durante meu treinamento, aprendi a manter discussões políticas fora da psicoterapia. Tratamos pessoas independentemente de sua origem cultural, idade, gênero, orientação sexual e até mesmo opiniões políticas. E tratamos pessoas em crises existenciais – não do sistema sociopolítico. Portanto, a rigor, discussões sobre isso não têm lugar na psicoterapia. Mas, na prática, não é tão fácil – na realidade, as opiniões políticas muitas vezes têm uma influência latente na terapia. Mas onde está o limite que devo traçar?

Samuel Thoma (Jornal “taz”, 4.10.2019) 


A fronteira é tênue e difícil de ser traçada. Desde seus primórdios,  a Psicologia se viu influenciada pelo meio no qual estava sendo formada e a história nos tem mostrado isso. Voltando aos tempos do seu nascimento nas Américas, temos como principal evento, a vinda de Sigmund Freud ao “Novo Mundo”. A viagem de Freud aos Estados Unidos, então já respeitado psicanalista em Viena, ocorreu em 1909. Acompanhado dos também psicanalistas Carl G. Jung e Sandor Ferenczi, suíço e húngaro, respectivamente, deveria  se ocupar de uma série de palestras a serem ministradas em diferentes cidades e instituições  estadunidenses.  Recebido com grandes honras e pompas pelos intelectuais locais, Freud ia poder, finalmente, trazer a psicanálise para a América do Norte, mais especificamente, para os Estados Unidos, e torná-la presente e visível (salonfähig) no ambiente acadêmico e social do país anfitrião. Stanley Granville Hall, James Jackson Putnam e William James foram esses anfitriões, que, a meu ver, não correspondiam em grandeza ao “pai da psicanálise”, levando-se em conta a dimensão dos estudos de Freud e ao que havia obtido até aquele momento em avanço no conhecimento da psicologia e psicanálise. A Psicologia deve muito aos ensinamentos freudianos, somados a outros conhecimentos para delinear o perfil do que hoje se conhece e se aplica no vasto campo dessa ciência e profissão. O maior desenvolvimento que conheceu mundialmente se deu ao longo do século XX, considerando-se que seu estabelecimento de facto no meio social, clínico e acadêmico tenha ocorrido em consequência dos avanços da psicanálise e o que a ela se somou com estudos sobre o (comportamento) humano. No entanto, no Brasil, estabeleceu-se o dia 27 de agosto de 1962, um marco regulatório em consequência da lei 4.119, para o seu “nascimento oficial”. Desse modo, é uma data na qual temos a oportunidade de prestar uma homenagem anual, oficial, a todos os profissionais que contribuem, com seus estudos e trabalhos em diversas áreas em benefício do bem-estar social e humano, para o crescimento da Psicologia.


FELIZ DIA DO PSICÓLOGO!


Fortaleza, 27 de agosto de 2025.

Antonio C. R. Tupinambá

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