Ilustração retirada da internet
Abstract: On Sunday June 12. 50 people were killed and 53 were injured in the
attack on a nightclub dedicated to the LGBT public in the city of Orlando –
USA. The worst shooting attack in US history which can be compared with the 2007 massacre at Virginia Tech university
that left 32 dead. It was considered the worst terrorist massacre on American
soil, after 11 September. Blood everywhere in the club. Evidences of an attack
by a homophobic terrorist with repressed, unresolved homosexuality traits, and
mixed by fundamentalist religiosity.
Resumo: No dia 12 de junho, 50 pessoas foram assassinadas
e 53 ficaram feridas em um ataque a um clube dedicado ao público LGBT na cidade
de Orlando – EUA. O pior ataque com arma de fogo na história estadunidense,
comparado ao massacre de 2007 à Universidade de Virginia que deixou 32 mortos.
Foi considerado o pior massacre terrorista em solo norte-americano depois do 11
de setembro. Havia sangue por todo o clube. Evidências de um ataque perpetrado
por um terrorista homofóbico com traços homossexuais reprimidos e mal
resolvidos, misturado, numa combinação explosiva, com religiosidade
fundamentalista.
O
atentado recente a uma boate gay em Orlando, que vitimou mortalmente 49 pessoas
e deixou outras dezenas de feridos, reacende a discussão sobre uma inclinação
homossexual reprimida, incômoda e às vezes patológica desses extremistas. Mal-estares
face a questões específicas sobre as diversidades sexuais podiam ser muitas
vezes melhor compreendidos e tratados com maior conhecimento sobre seus
agentes. O pai do assassino de Orlando relata que seu filho se revoltara ao
testemunhar um beijo entre dois homens, levando-o, de certo modo, ao ato
extremo e deliberado que ceifou vidas e destruiu famílias. Apoiado em sua
leitura religiosa fundamentalista, tal pai ignora a possibilidade do filho, não
aceitando a própria homossexualidade, atacá-la externamente, em ato injustificável.
Esse tipo de reação homofóbica pode servir para negar a própria
homossexualidade ou “resolver” o problema de modo projetivo.
No filme “Beleza
americana”, de Sam Mendes, essa dinâmica é tratada, na sociedade a que pertence
o terrorista, por meio do personagem Frank Fitts: “Frank Fitts é nazista, espancador,
autoritário, preconceituoso e, sobretudo, falso disciplinador. Suas
características mascaram seu conflito identitário maior da homossexualidade. O
desprezo e a repulsa pelos vizinhos gays encontram nele seu próprio desejo, o
que evidencia sua personalidade perversa. Assim, Frank mostra o que esconde e
esconde o que mostra. Veste a máscara da virilidade. Teme o que deseja e deseja
o que teme. Esse aporético conflito sugere
o único fim possível: violência e ódio; delírio e morte[1]”. Trata-se, possivelmente, no caso de Orlando, não
apenas de um terrorista, o que já seria suficientemente abominável. Talvez com
o avanço das investigações evidencie-se que temos de fato um terrorista
homofóbico, acolhido pelo fundamentalismo religioso, moldando o seu perfil
assassino e ainda catapultado por uma sociedade, na qual qualquer um pode possuir
uma arma de fogo para materializar suas maldades.
O
conceito de homofobia pretende caracterizar o ódio e o resultante desprezo
pelos homossexuais. Para muitos, fruto do medo que homofóbicos têm de si e da
própria homossexualidade ou de que os outros possam pensar que o são. Há também
no grupo de homossexuais aqueles que podem funcionar de forma normopata e
heterossexista, muitas vezes tão ou mais perigosos e preconceituosos, numa
espécie de posição homofóbica reativa, catalisada por posições religiosas
fundamentalistas, de fundo. Questões que também podem estar, semelhantemente,
na base do racismo, do ódio ou do horror ao diferente. Como no caso de Orlando,
uma combinação explosiva, podendo levar a rejeição dos próprios desejos, ao
excesso e, finalmente, à catástrofe.
Junho de 2016
(Academia.edu https://www.academia.edu/s/bbba1f74d9)
[1] Trindade, J.; Trindade, L. M. Beleza Americana: comentários psicológicos.
Consultado em 15 de junho de 2016 de http://www.telacritica.org/ArtigoTelaCriticarevista9_BelezaTrindade.htm.